Um de nós é mais folião que os restantes, como tal, pegou-se nele e foi para Torres Vedras, onde existem cabeçudos e coisas assim parecidas. Outro de nós quis ir atrás, mas perdeu a boleia, então teve de ir de autocarro. Mas não lhe explicaram que o tócarro só parava
Assim sendo, fomos só dois de nós foliar para a corrida dos bailes
Estacionámos, como não podia deixar de ser, no outro lado da cidade, o que fazia uma caminhada de quase uma hora até ao local dos bailes (ou, em algarvio, «bálhes»).
Ao chegar, fomos ao Boa Esperança (uma das 3 sociedades que organizam este tempo de festim). Ficamos apenas uns 10 minutos, porque aquilo lá dentro cheirava a bufas. Mas bufas, alte lá com elas, eram bufas com pivete a ovo, com ervilha, e chouriço, até!! Um fedor! À saída, ao vermos o presidente do Boa Esperança, o Pacheco, um de nós disse-lhe com algum à vontade as seguintes palavras: «N’ouves, é chêra-me a bufas, e na têjas olhande assim pra mim, qué sê munte bem que fôstes tu!»
Fomos embora daquele local horrendo e, enquanto nos amandavam ovos e balões de água na rua, íamos alertando às pessoas que passavam que o Boa Esperança cheirava a bufas (podiam até ser peidos, mas com o barulho da música o ruído não se ouvia). Vimos o traje de máscara mais bonito de sempre: uma porção de homens-aranha. É algo inédito e que ninguém nunca se lembrou antes. Como sempre, a originalidade das pessoas a dar de si.
A próxima paragem do bálhe seria a sociedade Vencedora. Entrámos, mas aquilo estava cheio da malta reformada de Portimão, já pra não falar do calor que se fazia sentir lá dentro. Cagámo-nos naquilo e vinhemos logo embora. Não estava a correr bem esta noite de bálhes.
Caminhámos então até ao último pousio do bálhe portimonense, a sociedade Glória ou Morte. Ali já estava mais jeitoso de se estar: nem cheirava a peidos, nem a bufas, nem a naftalina nem nada. E foi por ali que ficámos. Entre estragar as fotos das moças vestidas de diabinho, ver toda a gente fazer um comboio à nossa volta e ver o Luís Marreco dançar o bicho do Iran Costa, lá nos íamos divertindo. De referir que andámos a noite toda à procura do nosso amigo Charlie Brown e só lá prá uma da manhã é que ouvimos dizer que ele também era amigo dos gajos que tavam lá a cantar, os Ritmo Jovem. E também era amigo de toda a gente lá no bálhe. Esse Charlie Brown é amigo de toda a gente e nós não sabíamos.
Lá se acabou o bálhe e ainda fomos espreitar a Rocha, mas aquilo tava bastante pexote, e como a fome já apertava fomos, para acabar a noite, ao pão-com-chouriço: o local mais frequentado do mundo por aquelas pessoas que vão às tantas da noite comprar pão-com-chouriço quentinho.
3 comentários:
Não apagámos de propósito, até porque já tínhamos 2 anos de existência. Mas como eu e o Tiago não discriminamos ninguém aceitámos um analfabeto no blog que não sabe que EXCLUIR blog é igual a APAGAR blog...
Ainda se arranja um pãozinho com chouriço para mim, que sou uma super fã???
Viva!
Têm um humilde prémio no meu ainda mais humilde blog:
http://sorrisosemalta.blogspot.com/2008/02/no-mas-dizem-que-um-blog-muito-bom-sim.html
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