Pá malta qué dos arredores dessa grand metrópole cheia de bifes, hipermercados, obras e retundas do Algarve, que é Portimão, o conhecido Festival da Sardinha já viveu melhores dias. Para a restante malta, aquilo é uma porra até engraçada, ou simplesmente mais ó menos. Quem, como eu, viveu os anos de glória deste festival lembrar-se-á dos tempos magnos de quando este festim era realizado no Parque de Feiras e Exposições de Portimão (onde, pela lógica, deveriam ser organizadas todas as feiras e exposições do concelho). À entrada – que, escusado será dizer, o bilhete era bem mais barato – ofereciam uma latinha de paté de atum ou sardinha, conforme aquilo que viesse à mão do pica-bilhetes responsável por nos fazer entrar no recinto. Havia espaço para passear. Espaço para as crianças. Espaço para o artesanato local. Espaço para a gastronomia local. E os belos dos restaurantes da sardinha, que faziam concursos todos os dias a ver quem servia a melhor sardinha; bem como o belo do concurso do papa-sardinhas, onde concorrentes de todo o mundo (sendo que Portimão pertence ao mundo, por estranho que possa parecer) lutavam entre si para ver quem conseguia comer o maior número de sardinhas em apenas 10 minutos, com a singela ajuda do copito de vinho e do naco de pão caseiro. A noite terminava com um bonito espectáculo piro-aquático-musical.
Agora tudo mudou. No Parque de Feiras e Exposições de Portimão deixaram de se realizar feiras (excepto aquela que envolve carrosséis e ciganos) e exposições (que eu me lembre, nunca lá houve uma exposição); construíram uma arena que é uma espécie de Pavilhão Atlântico em miniatura, onde até ao fim do mês está em cena uma peça do
O concurso entre restaurantes já não se faz, bem como o papa-sardinhas. Que vergonha! Montaram lá um espaço VIP, onde uma porrada de chefs de cozinha importantes se exibem, bem como às suas iguarias, das quais denhuma pessoa que aufira o salário mínimo pode provar, logo, apenas 5% das pessoas que vivem em Portimão e na sua periferia poderão provar daquilo, que, dizem, não cabe na cova dum dente. Entrei lá dentro, como qualquer curioso, mas não aguentei mais que 30 segundos naquele ambiente onde se falava uma língua não-nativa, o lisboeta. Saí dali e fui para perto do palco principal, na esperança de presenciar um bom espectáculo. Era o Camané, esse grande algarvio, ele e aquela música tipicamente algarvia que é o fado, que conta histórias de cidades algarvias como Lisboa, Coimbra, de autores todos eles do barlavento, como é o caso de Alfredo Marceneiro.
Nas últimas edições do Festival da Sardinha, vá-se lá saber porquê, não se realizou o espectáculo piro-aquático-musical. Nem nesta. Houve fogos de artifício, como sempre há na passagem d’ano, mas não houve os repuxos a bailar. E a música que supostamente era para se ouvir ao som dos foguetes fora substituída por um samba brasileiro proveniente duma barraca do tal “artesanato local”. Vivo Festival da Sardinha, festa tipicamente algarvia!
Tudo isto pra dizer: «Thé diéb, matam o raio dos camaroeiros rotos com azôgos colados no cu!!»
4 comentários:
isto a vida já não é o que era! de modos que só pensam em acabar com as tradições, é inadmissivel, porque até na minha humilde terra vai haver um espetáculo grandioso com as«águas dançantes». secalhar, isso reámente, já teve melhores dias.
:D
Se vocês tivessem ido aos Sons do Atlântico, festival que fizeram montes de publicidade, na praia da Senhora da Rocha (onde fiquei a morar) tinham ficado desiludidos... A entrada era de 6 euros e o cartaz não prometia nada... No último dia foram os "oi vai toi", gente que nunca ouvi falar. Passem lá no blog e digam o que acham do que eu escrevi sobre a vossa terra... Sejam sinceros!
abraços,
aninhas
LOL
Que festivalzinho deprimente!
Deviam era pagar às (boas) gentes de Portimão por ter coragem para o frequentar!
Já não comento aqui há uns tempos mas só para que saibam que continuo VIVA!
Hip hip hurra!!
Atenciosamente,
ANITA
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